Não dá para generalizar, mas a maioria dos procedimentos ortopédicos na cirurgia do pé e tornozelo possuem um período sem carga nas primeiras semanas. Alguns casos, possuem um tempo mais curto e outros um período mais longo. Normalmente, quando temos uma situação que demanda consolidação óssea, deixamos 4 semanas sem carga no membro operado. Quando o procedimento envolve apenas partes moles, o tempo pode ser um pouco menor de 2 a 3 semanas.
Na maioria dos casos, permito movimentação precoce da articulação do tornozelo para uma melhor reabilitação. A retirada de pontos de sutura varia de médico para médico, porém tento manter três semanas a fim de evitar a temida deiscência de sutura.
Pacientes que “quebram” ou fraturam um osso com perda de alinhamento devem passar por cirurgia a fim de consolidar o osso de maneira alinhada. Deste modo, respeitando os ciclos da consolidação não devemos deixar a fratura chegar no estágio 3 de calo duro de maneira desalinhada.
Quando operamos nos primeiros dias após a fratura, o alinhar do osso é muito mais fácil do que após 3 semanas, quando já temos a tentativa de formação de um calo ósseo duro pelo organismo. Alguns casos extremos que não procuram atendimento nos primeiros meses já não tem o que fazer e teremos de lidar com sequelas.
A fratura óssea para consolidar ou no popular “colar” precisa respeitar um prazo mínimo para fechar algumas fases. Resumidamente, a primeira delas é a fase inflamatória que ocorre aproximadamente nos primeiros 7 dias.
A seguir, ocorre a fase de calo mole nos 7 a 21 dias seguintes e após essas 3 semanas iniciais começa a terceira fase de calo duro. Nesta última fase, podemos ter um tecido rígido suficiente para dificultar a perda de alinhamento. Respeitando as fases, normalmente o paciente começa a por o pé no chão apenas após 30 dias.